terça-feira, 13 de abril de 2010

Educação no Séc XXI
"Educação não tranforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo" Paulo Freire
Com a ditadura militar , Paulo Freire foi preso e exilado. Paulo Freire é um sonho que pode voltar. Ele lutou por uma escola democrática .
A escola tradicional é a escola da distância do afeto e da manipulação de saberes que são ditados por um saber único, vertical, de controle manipulação e poder.
Alunos enfileirados, distantes, disputando o melhor lugar, a melhor nota. Nota esta, arbitrária, medida como se o humano fosse mensurável. Um saber de zero a dez, para uma estrutura complexa, como é a dos Seres Humanos.
Quantas inteligências foram abortadas em nosso sistema, até o século passado e que se perpetuam nos dias de hoje? Quantos utilizaram a inteligência para programarem crimes perfeitos, por não conseguirem acompanhar os conteúdos e serem alijados e estigmatizados por essa razão. A escola não os abraçou, os despejou .
O professor, segundo Freire, tem que estar aberto a aprender com o aluno. O aluno tem que estar confiante para repassar suas experiências. A troca é necessária e motivadora na aprendizagem .O ensino elitista, com seus concursos e jubilações criou profissionais sem iniciativa, com grande medo de mudanças ,e no momento em que hoje se fala em inclusão social (séc XXI) , não sabem a solução, fora a teoria e os conteúdos de seus mestrados e doutorados..
Hoje somos resultado desta educação tradicional que priorizou o conhecimento, a competição e deixou de lado, a solidariedade , a cooperação, o respeito às diferenças porque não havia diferenças . As turmas eram homogêneas e só ingressava na escola os alunos concursados, Atualmente não se sabe inovar, não se sabe questionar. Repete-se conhecimentos para lograr êxito. Ousar é sempre arriscado.
A educação está estagnada. Pensam que melhorar a qualidade da Educação, é valorizar o professor com salários dignos, e investimentos em infra- estrutura. Se os professores não forem beneficiados, fazem greves, apesar dos transtornos causados aos alunos. Estes movimentos políticos viraram rotina e em troca de votos, alguns governos satisfazem às reivindicações.
Os professores precisam de estímulo, de reconhecimento, de salários justos e de maleabilidade. Educação de qualidade é tê-la contextualizada ao novo mundo e consequentemente às influências externas.
Propostas absurdas são lançadas em épocas de campanhas políticas que nada acrescentam. Progressão automática virou um lobby.Horário integral é utópico, aulas de reforço, foram propostas desconectadas , politicamente corretas e educacionalmente imprudentes. Como pensar em aumentar o tempo dentro da sala de aula, se nem ao menos se sabe o que é a escola que queremos ? Afinal, qual é a função da escola do séc XXI? Quem é o nosso aluno? Quais as influências externas que impedem que a cognição se desenvolva e a aprendizagem fique prejudicada?
A influência da nova família , com excessivas separações dos pais, casamentos novos, filhos de outros relacionamentos, conflitos , vários lares ( guarda compartilhada) , entre outros problemas, são bagagens levadas à escola.
O Tráfico de drogas e sua ingerência nas escolas, a falta de segurança aos educadores , os usuários liberados de sanções, foi outra falha grave .O usuário é violento e propicia conflitos e crimes . Logo se transformam em pequenos traficantes para financiarem o próprio uso, principalmente após a chegada do crack .
O Estatuto da Criança e do adolescente (ECA) que limitou a atuação dos profissionais da educação.
Os exemplos deixados pelos adultos, como corrupção, mensalões, impunidade, crimes hediondos mostrados pela mídia e são incorporados pelos alunos mesmo que não vivam essas experiências em sua comunidade. A violência nas ruas, a restrição à liberdade propicia o surgimento de distúrbios psíquicos severos , na infância e juventude.
A banalização da violência e a sua legitimidade, como única forma de relacionamento interpessoal com o incentivo às lutas marciais como forma de defesa desde idade tenra .
Enfim,temos alunos de mundos diferentes e poderes paralelos. Escola para todos , virou um jargão político e inclusão social uma necessidade que não saiu dos projetos.
Todos precisam estar incluídos nesta sociedade fragmentada. Isto é inclusão social.
Todos precisam saber conviver, incluindo corpo docente, discente e família. Todos precisam ser alfabetizados com competências para interpretações mais complexas de nossa Língua.
Concluindo, tenho a certeza de que Paulo Freire não está morto e que vive dentro de educadores que pensam no Humano como saída para a doença social , criada pelo estímulo de "mestres" que reprovaram as possibilidades de criação de novas idéias de seus alunos, porque não souberam avaliá-las .
As idéias revolucionárias sempre nasceram dos desadaptados, que quiseram mudar o mundo e encontraram saídas , nunca aceitas pelo poder constituído. Quais as saídas oferecidas aos alunos que não se adaptam ao sistema educacional brasileiro? Quantas respostas surgiram em nossas mentes?
É preciso repensar e recriar com carinho e humildade, uma forma de olhar o mundo e se abrir ao novo.Na escola Dez e na vida Zero. A auto- estima permite que o ser humano se afaste de situações que o levem à a autodestruição e esta deve ser motivada pela Escola.. É preciso perder o medo de ser aniquilado pelo Sistema .
Educar é dever de todos sem jogo de culpas. Ou enfrentamos os problemas ou destruiremos a massa pensante deste país. Como será o futuro do Brasil ?
Profª Miriam Stolear
Rio, 10/04/2010

sábado, 27 de março de 2010

Cumplicidade no caso Isabella

Sociedade cúmplice que utiliza o silêncio como forma de omissão. Todos somos responsáveis por violências ao nosso redor. Muitas pessoas precisam do limite que vem de fora. Condomínios, vilas, vizinhos de jornada, amigos, professores, têm o dever de sinalizar que está havendo abuso, desrespeito, perda de limite.
Fomos acostumados a ouvir que em briga de Marido e Mulher, ninguém põe a colher.
Este é o grande engano. Não digo com isso que devemos nos envolver diretamente, se não nos sentimos prontos para interceder, mas temos que nos reunir com moradores e pedir ao síndico que notifique em sigilo. Depois de Isabella ser lançada pela janela, foi tarde demais . A manifestação covarde do povo que deixou se influenciar pelas notícias quase sempre contraditórias, e torceu como num jogo de futebol, sem avaliação do caso, pormenores e julgamentos muitas vezes falso, são típicas da CULPA e da passividade que lhes é peculiar.
Somos adestrados e tememos o confronto, muitas vezes necessário para evitarmos crimes de toda a ordem.
Esta é a nossa Educação!